Aos desprezíveis
azémolas que no facebook só conhecem o compartimento das aplicações
Por todos os Santos, de A a Z, pelas alminhas,
por todas as Nossas Senhoras, pelos anjinhos, pelos Três Pastorinhos,
pela Santíssima Trindade e pelo Divino, não me enviem mais pedidos de
aplicações. Um dia destes, talvez ainda antes mesmo do Dia de Finados,
vou ao sótão desencantar à minha velhinha arca o meu cinturão preto de
taekwondo, a minha camisola do Benfica autografada pelo Diamantino, a minha
fita estilo Rambo-Chuck Norris- Karaté Kid e as minhas botas dos
Comandos, passo-me dos carretos, das bielas, do carburador, dos pistões e
das válvulas, apanho um táxi e, juro-vos, vou a vossas casas e
espatifo-vos toda a parafernália electrónica que encontrar à minha
frente, e, pelo caminho, aproveito e racho igualmente a vossa trompa
(com um “b”), trompete, adufe, castanholas e concertina. Palavra de
escuteiro. Ainda se me enviassem um molho de couves-galegas, um frasco
de geleiazinha caseira, ou um garrafão de bom azeite – agora pedidos de
aplicações. Por amor de Deus! Se não têm mais nada que fazer,
inscrevam-se num rancho folclórico ou num curso de apicultura, vão dar
sangue, rezem o tercinho, plantem canábis bio ou beringelas, façam uma
peregrinação até ao Santuário de Fátima, ou, se acharem que é longe
demais, vão pelo menos até ao raio que vos parta. Pedidos de aplicações…
Tristeza… Ainda se me enviassem uma boa saca de batatas, umas
cebolinhas, ou uma boas farinheiras – agora pedidos de aplicações. Pena é
saber que algumas criancinhas vão ler isto, pois, caso contrário, abria
já aqui o livro e despejava de imediato um manancial de l asneiras - um
de proporções épicas, podem crer. Iriam ler palavrões que nem no melhor
dicionário de calão constam. Rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr. Sua Cambada de
fascistas, ateus, fariseus, cafajestes, jagunços, trogloditas, cromos,
rinocerontes, garimpeiros, maltrapilhos. Se não têm mais nada que fazer,
vão mas é fazer carvão! Mereciam uma coima bem dolorosa ou uma boa
temporada de trabalhos forçados nalgum desses Gulags que ainda por aí
operam na clandestinidade – embora eu considere mais justo o
esquartejamento ou a escalpelização. Se não têm mais nada que fazer,
dinamitem-se, vão pastar avestruzes. Seus infelizes… Enfiem as
aplicações na extremidade do recto. Cambada
de rançosos insuportáveis, súcia de empanturrados de imbecilidade! Apre! Vão mas é
jogar matraquilhos, ler o catecismo ou fazer talassas. Vão descascar
favas, lançar foguetes, mas, por favor, deixem-me na paz dos meu
afazeres facebookianos.
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