terça-feira, 19 de novembro de 2013

ah meu país desgraçado
despedaçado
escorraçado
amordaçado
e amortiçado
– inventa um novo fado

de preferência um 
mais afortunado

dinismoura

Pimba



O governo a complicar-nos a vida
A vida a esburacar-nos o corpo 
E nós pimba, e nós pimba.
A crise a desarrumar-nos a esperança
A esperança a desmoronar-nos os sonhos
E nós pimba, e nós pimba.

Os vizinhos a cortarem-nos na casaca
A casaca a minguar-nos por causa da traça
E nós pimba, e nós pimba.

| Da Teoria da Relatividade de Einstein |



A crise portuguesa é um facto relativo.

Constatação

Portugal é um país que não tem tomates.

Antes estivesse a referir-me a esses frutos essenciais à elaboração do esparguete à bolonhesa.

Dilema

Deus, a Imaculada Conceição e uma dúzia de santos estão a ponderar fazer uma vaquinha para ajudar Portugal no pagamento do empréstimo da troika. Dilema da minha alegria, não sei se hei-de abrir uma garrafa de champanhe ou rezar um terço.

No serviço obstetrícia

E depois vem o Fernando Pessoa com aquela mística de Quarta-feira de Cinzas dizer a terreiro que a alma lusitana está grávida de divino. Balelas! A alma lusitana está grávida é de banalidade.

Definindo o indefinível

No tempo em que Portugal era um país, eu tinha orgulho de ser português. Neste momento, tenho asco de ser isto que não sei definir.

Soneto 18 ½


Deverei comparar-te a um grande filho-da-puta?
És por certo mais do que isso, muito mais.

(Início do soneto 18 ½, de William Shakespeare, poema cujo destinatário é o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho)

PPP

Macgyver acaba de assinar uma parceria com o Governo português.